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D'Bara Arruda
Ecos D’África
Arte, Poemas e Música
Gnesta – Suécia
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Ciclo em Versos
Se os léxicos fossem vazios, sem grafia,
e os fonemas não pulsassem em nossos dentes,
que épico escreveríamos a quatro mãos?
Se o olfato não umedecesse o paladar,
a primavera seria íris sem pigmento,
e o outono, um suspiro sem presságio.
As auroras invernais, déspotas serenas,
acariciam a epiderme com brumas lascivas,
enquanto Cronos, ourives das idades,
forja anéis de eras em ouro e névoa.
Somos cálamo e vulva, estrofe e cio,
dançando a coreografia dos astros.
No devir, seremos regentes absolutos,
ditando os compassos do porvir,
cada gesto - uma semínima premeditada
na pauta do caminho.
Dançaremos sobre os alvores,
enquanto a rapsódia do existir
(tecida de volição e artérias)
nos sagra monarcas do infinito.
Já somos laureados:
ao romper do dia, herdamos o papiro
onde inscrevemos, com sémen e púrpura,
o verso que nos pariu.
Pois acordar é o primeiro ato
do eterno recomeço.
DBara Arruda
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