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POEMAS, MÚSICAS E GIFS POÉTICOS

Despersonalização Consciente (A subjetividade se reconhece como um constructo social)

Autor: D'Bara Arruda

Caríssimo eu,

senti um nó no estômago vazio da ausência de bom senso.

O que é valor moral de emoções que, à primeira vista, são nobres?

 

Veja bem, eu sei que alguém já disse:

“O inferno são os outros.”

Sartre, seu sacana!

Eu digo: “O inferno é saber que eu sou os outros.”

 

A TV me deprime,

a vitrine me oprime,

consumo me consome.

 

Almejar me faz sentir-me sublime,

desejar me confunde,

sentir pena suborna meu ego.

Ser empático me deixa cego.

 

Criticar me esvazia,

avaliar atrofia meu pensamento.

Curtir me dá fama,

brilhar me apaga.

 

Escolher me dá indigestão,

ganhar me causa indignação.

Ficar em silêncio causa ruídos;

pra não enxergar,

eu tapo os ouvidos.

 

Respirar reduz o meu intelecto.

Eu me sujo para me manter limpo.

Minha verdade é uma mentira.

 

Mergulho para sonhar,

desperto para viver um pesadelo.

 

O sol é o único que sabe que,

pra viver,

eu preciso morrer

e nascer do meu passado.

 

Enquanto a lua ri do meu renascimento,

o futuro amaldiçoa o presente.

 

E o que me dão de salário

me faz refém da comodidade,

da falsa sensação de estar feliz,

absorvido pelo conforto desumano

dos elogios adversos à sinceridade.

 

Minhas lágrimas envenenam a razão,

meus sentimentos me inspiram…

maldades.

 

Minha culpa é não ter pisado

no minuto perdido.

Meu orgulho foi ter ejaculado

precocemente atemporal

e ter engravidado minha esperança

de um natimorto.

 

Retire o velcro da mentalidade pós-colonial

e, caso ousares, arranque a ironia das pontas dos dedos

e tranque seu espelho.

 

O que Narciso não vê, não é lembrado.

Pseudo-Midas,

o isento é cúmplice do ouro de tolo.

 

 

Estimado leitor, comparsa dos meus devaneios,

aqui deixo um adendo sem escusas:

 

Você chegou ao fundo do poço

e descobriu que o fundo era um espelho.

Agora, resta decidir: quebrá-lo ou aceitar o reflexo?

 

Despersonalizado,

finjo que ainda me importo.

Mas, no fundo,

até essa indiferença

é um papel que decorei.

 

 

Memento morium

 

Se, caso refletir, a culpa é sua.

Mas o faça longe de cordas, facas

ou qualquer outro objeto que potencie sua ira.

Este poema pode ser a lâmina de gume duplo que a covardia

ainda te impede de usar corajosamente.

 

© D’Bara Arruda – Todos os direitos reservados.Proibida a cópia, reprodução ou uso comercial sem autorização.Licenciado por Creative Commons com crédito obrigatório.

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